- E ele terminou com você assim?
- Ué, foi.
- E o que ele disse?
- Ah, que ficou com medo de perder a SANIDADE.
- Nossa que idiota.
- Mas sabe, até que eu acho que ele tem razão.
- Sério? Para! Você não está perdendo a sanidade, porque ele perderia?
- Você há de convir comigo que nunca fui muito sã, não é? Mas a gente era um típico caso de a dama e o vagabundo.
- Não me diga!! Adoro homens vagabundos. Não sabia que o Rafael era assim.
- Não, ele não é. A vagabunda sou eu. O Rafael está mais pra dama.
- Ah como você é boba.
- Sério, eu enlouquecia ele! Tirava ele dos estudos fazia ele se dar mal em quase tudo. E eu não o fiz perder a roupa todo num strip-poker?
- Coitado.
- O pior você não sabe.
- O que?
- Eu contei que ele blefava. Ele perdeu a última jogada e teve que ir até o meu prédio nu. Hahahahaha. Agora imagina o porteiro. Haahahah. Queria chamar a polícia. Foram 40minutos pra convencer ele a não chamar a polícia e mais 40 minutos pra convencê-lo a nos deixar entrar no prédio. Maior cena. Precisava ver.
- Eu ia adorar ver isso, porque é que eu não estava nesse dia?
- Salvador.
- Ah semana de carnaval, certo! Que tudo, Salvador, Ivete, Araquetu e eu perdendo todos os limites nos becos das ladeiras. Só não ganha daquela nossa saída do ano passado.
- Nem me lembra. Sinto náuseas no estomago por aquela ressaca até hoje. Fora as dores de cabeça que ainda me causa aquela quarta-feira de cinzas na qual inclusive eu conheci o Rafael.
- Nosso destino é conhecer bons frutos no carnaval não é? Ah o Pelourinho.
- Nem tão bons frutos assim né? Vadia.
- Eu sou é esperta, meu amor.
- Ah, eu te contei do carioca?
- Ai, morro por aquele homem, o que tem ele?
- O Rafael me viu ficar com ele.
- Como assim?
- Eu transei com o carioca na frente de todo mundo no réveillon.
- Você não fez isso!
- Fiz. Eu fiz. Eu fui ao banheiro, ele foi atrás, me agarrou, fomos pro carpete da sala, daí por diante só lembro de acordar desnuda ali no meio da sala-de-estar da Fabi do lado dele meio desnudo.Fê, você tem noção da vergonha que eu fiquei? Do climão? Eu acordei o Rafael tinha ido embora, claro.
- Que fita!
- Pois é, e pra convencer o Rafael de que estávamos tontos e não tínhamos noção do que estávamos fazendo? O que não deixava de ser verdade, eu estava loucassa. Joguei a culpa no pó, que eu nem tinha cheirado, inclusive. Mas naquela altura do campeonato eu diria pra ele até que tinha mexido com pedra.
- E aí?
- Três semanas de término. Ligando todo dia, pedindo desculpas, e-mail, mensagens. Lembra quando eu fui pra Curitiba? Então! Ele pegando um monte de vadia aqui, transando na cama dele, que é só minha. Assim como ele deve estar fazendo agora, em um puta Sábado a noite enquanto eu bebo com você.
- Ah, então você está me chamando de má companhia?
- Não, claro que não. Mas eu não queria ver o meu homem com uma vadia qualquer recobrando a sanidade dele. Que ódio!
- Mas vem cá, e o clima entre vocês e o Carioca?
- Eu evito, sabe? Mas ele e o Ronaldo não se falam de jeito nenhum.
- Compreensível não é, meu bem? Você é uma vadia.
- Cala a boca. Bebe aí vai.
- Vamos brindar?
- Ao que? Ao meu relacionamento fracassado? Ao meu pé na bunda? A vida que eu surpreendentemente não sei levar sem ele? Ou a falta que aquele nerdsinho careta e ex-submisso me faz?
- Ah, não tem nenhuma idéia melhor não?
- Vamos brindar, aos carões que eu fiz ele passar, à vez que ele chegou sem roupa em casa, à vez que fomos presos por transarmos na praia, ao aniversário de namoro que eu passei no rancho com meu avô, e a sanidade que ele está recobrando com outra.
- Isso, é isso. Vamos brindar a sanidade. Que NÃO temos. TIM TIM.
- Isso, vamos brindar à sanidade...
E que ela nunca nos faça falta.
16 comentários:
Tim! Tim!
à nossa!!!
Cara, incrível como eu me senti familiarizada com o texto! Você descreveu uma fase da minha vida!!!
shaushsushsushsus
e um brinde ;D
Desculpe o sumiço, minha cara... Estou adorando essa sua fase de textos diálogos... Intensos.
Um grande abraço!
Quase me vi falando partes desse texto.
=p
Cheers!
TIM TIM...
Adorei esse diálogo...
Queria ser um pouquinho como a louca.
Enfim...
beiijoos
Sanidade?
Como se o amor não fosse feito também de loucuras, leviandades, devaneios...
Gosto das perspectivas de rir das desgraças da vida.
sobre a sanidade...
melhor sem ela...
viver assim.
Como a loucura faz parte do amor, né? Como magoamos quem queremos cuidar...e como descuidamos de nós mesmos..
Um brinde aos erros e as aprendizagens!
Vim te conhecer e adorei!
bj
que delícia roubar a sanidade de alguém. Me deu vontade ser atipicamente insana, já faz tanto tempo...
Mil brindes à insanidade que é viver um amor!E mais mil ao ato insano que é recobrá-la!Saudades intensas de ti,meu amor!
Beijos mil!
E que nunca faça falta! TIMTIM
Hahahaha, tão legal qndo as coisas se invertem ;) hahahaha
adorei!
;*
um brinde a insanidade!
Uma coisa que reparei aqui no teu blog foi que os títulos começam com "sobre...".
pra mim isso é uma conquista HAHAH eu quis por tanto tempo conseguir fazer isto, mas foram inúmeras tentativas fail! haha
estou te seguindo aqui! beeijo.
Adorei muito essa conversa.
Ri muito também.
adorei o blog (:
Beeeijos
Muito legal.
incrivel!
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