segunda-feira, 9 de maio de 2011

Sobre a Bailarina

Não fazia questão de ser amada. O que? Como assim? Todo mundo faz questão de ser amado, e mais ainda, todo mundo faz questão dessa coisa que chamam de re-ci-pro-ci-da-de. Que graça tem amar sem receber ao mesmo? Pra ela tinha.

Não é que não queria ser amada de volta, queria sim, mas isso pra ela não era o de mais importante, [cochichando] se quer saber, nem fazia falta. Já fora tão amada pelos pais, pelos amigos. Era uma dessas pessoas que é difícil achar quem não goste, mas ele não gostava.

Era miudinha demais para ser amada como mulher, ainda mais por ele que era tão... Grande! Desmedido! Em proporções e atos
.
Uma bailarina que nunca amou ninguém. Não se espera tanta frieza de um coração de bailarina, mas não era fria, era doce, quente, amiga, era perfeita, as bailarinas são sempre perfeitas não é? Com exceção daquela gordinha que a mãe tenta colocar no balé pra ver se fica mais feminina e preocupada com a beleza.Estou falando das meninas que nasceram para serem bailarinas.

Ela nunca havia amado, e só pelo fato de amar alguém já se fazia satisfeita, satisfeita até demais, eu digo. Não conhecia se quer o amor, imagina então a reciprocidade do mesmo? Achava que era mito, lenda, conto infantil,

Amava... E por amar já se sentia satisfeita, feliz, e podia ter sido assim pra sempre, mesmo que pela eternidade João não a tivesse amado. Mas amou!