Oi.
Sabe Clarice, eu estava lendo aquela frase sua e ela dizia:
Não Clarice não. Você se lembra da Lore? Ela não sabia viver e eu sei Clarice, eu aprendi, eu aprendi a viver ou vivo sem saber que não sei estar viva. Isso me lembra uma frase do Caio,
Não é tristeza essa dor Clarice.
A dor é de não suportar dentro de um só peito tanta paixão, tanta alegria.
Será que você saberia disso Clarice? Ou do quanto eu tenho certezas e nenhuma dúvida?
O meu caminho é claro, é assim que eu vejo, é como uma rodovia infinita, não tem retornos, mas não tem obstáculos, não tem outros rumos, mas tem cruzamentos onde deságuam as pessoas, que vêm de longe, ruas em que não posso seguir.
Essas ruas só me trazem e foi em uma dessas ruas que chegastes Clarice, junto com uma moça tão bonita de cabelos pretos e pequenos, que tanto me fascinou, que fez meus olhos descobrirem coisas, assim sem querer, sem ensinar.
Cheia de marcas e amores e ocupações.
Essa menina Clarice, não continuou contigo, nem comigo, mas ela volta, volta e meia, volta em meia, e completa.
Essa menina que não é sua, nem minha e que cruza sempre, pra sempre a minha rodovia.
Com todo o seu carinho num desses cruzamentos ela me trouxe a raiva, noutro a esperança, noutro a tristeza, noutro a beleza, noutro a leveza de vê-la completa e é essa que eu quero, a leveza, só ela. Noutro desses cruzamentos ela me trouxe Caio (o Fernando sabe?).
Caio, você e a leveza, as minhas maravilhas, os meus presentes. Dias atrás escrevi a Caio, dizia-lhe como gostaria de ter lhe visto como ele lhe viu, e como a descrição que ele fez de ti me assusta.
És bela Clarice, tens a melhor beleza, a de entender, ou fingir entender, os outros muito bem. Caio também tem essa coisa, eu acho que somos almas pares, eu e Caio, você e ela-de-cabelos-curtos-facinate. Somos todos amantes das letras, literatura, melodia e arte.
Somos amantes eu acho que é isso. Somo amantes entregues na nas mãos dos nossos amados (dos próprios amantes eu digo) e se sofremos é porque temos coragem de amar e entregar e arrebentar o peito com essa paixão que o preenche como se coubesse lá dentro e que insiste em tentar, em se alojar.
É isso, temos coragem. (queria te dizer que acho que a Lore é muito corajosa, ao se descobrir e combater seus medos. E dizer que a Lore veio junto com a tristeza, ou raiva (?), ou a leveza (?), eu não sei, mas veio com ela.)
Será que a agradeço pela leveza, por Caio, por você ou por Lore?
Um dia escrevo a Caio pra falar dela, ou um dia escrevo a ela pra falar sobre vocês. Ou a toco. Porque ela tem sua delicadeza Clarice. Se ela tocasse acho que sentiria.
E você Clarice o que sentiria se me tocasse? O tamanho da minha paixão, ou a dor que ela me causa?
Um abraço. Volto a lhe escrever.
Carinhosamente; Adrielly Soares de Castro.