terça-feira, 15 de abril de 2008

Sobre Suficiência.

De longe eu não sou quem você, ou sua mãe, sonhou pra você. Tampouco você é aquela pessoa a qual eu me referia de boca cheia em minhas orações. Eu odeio os seus vícios, odeio suas manias, os seus gostos, as suas músicas, as suas comidas preferidas. Eu odeio o jeito como não me ouve, odeio o seu orgulho, a sua independência, eu odeio a sua falta de consideração, eu odeio o jeito como me ama, eu odeio seu desapego, eu odeio tudo que em você se refere a mim. Mas e se eu te disser isso? E se você decidir e perceber que eu não sou alguém pra você? E se você decidir que eu não faço falta em sua vida? No seu dia-a-dia? Não importa. Eu só preciso que você saiba que mesmo com tudo isso é do seu lado que eu tenho os melhores momentos, os melhores sentimentos, os melhores sorrisos, as melhores alegrias.


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Escrevendo menos, lendo muito. Lendo muitas coisas que me traduzem e me tiram a necessidade de escrever. Desculpem o descaso aqui. Remexendo arquivos e postanto o que já senti, uma vez e mais uma vez e uma vez mais. Recomendo: Clarice Lispector e Caio Fernado Abreu ( Amo! ).

5 comentários:

Tati Messias disse...

Clarice e Caio são minha pulsação.
Bom dia bonita!

Sou eu na foto!
=)

Beijo!

Ricardo Almeida disse...

Belo texto! Como sempre.
Caio é filho direto e assumido de Clarice. E ambos são absolutamente maravilhosos!
Sua prosa continua forte e evoluindo. Um dia alguém recomendará Clarice, Caio e Adrielle.
bjs

Lais Camargo disse...

Obrigadda,
volte sempre ao meu espaço!
o seu é lindo e aconchegante,
palavras cotidianas tão bem agrupadas...
Clarice Lispector...maravilhosa, recomendo o texto 'o ovo e a galinha'
"o que eu não sei do ovo me dáo ovo propriamente dito"

sopros de luz!!
=***

♥MáH♥ disse...

Oooo menina pra envolver agente em seus textos...
rss
adorooooo!!!!
O de hofe então... mais que especial... ta lindo!!!
Tbn adoro a Clarice... mas confesso ser apaixonada por Pessoa...gosta tbn??


bjo gigante!

Lu Morena disse...

Eu tenho uma anotação no meu caderninho que, aliás, postei há um tempo:
"Se eu não sou exatamente
o que você queria,
paciência!

Você também não é
quem eu imaginava
e o quero, mesmo assim,
assim mesmo."

Inclusive, quando escrevi isso, fiz referência a um poeminha da Martha Medeiros, que diz:
“se você for
exatamente como imagino
igualzinho aos meus sonhos
eu vou embora
detesto desmancha-prazeres”

Achei que os dois têm tudo a ver com o seu texto. Não há lógica ou racionalidade em gostar, e essa que é a magia do verbo: ele é grátis e incondicional.